A seguinte fotografia faz parte da série fotográfica, “GRANDMOTHER”, a qual elaborei e fotografei no passado Verão de 2020 (Agosto). Foram usados os seguintes rolos de 35mm: Fuji Film C200 e o AGFA 100 APX. A protagonista é a minha avó paterna, Maria Manuela de 76 anos – enquadrada naquele que diz ser o seu ambiente preferido. Este foi um dos trabalhos mais importantes e marcantes para mim, a nível pessoal; não só por estar a fotografar a minha avó, mas acima de tudo, alguém com uma obra artística sem igual.
Com os meus 24 anos, ainda procuro a minha posição enquanto artista/fotógrafa. Contudo esse caminho tem-se tornado cada vez mais evidente, em parte graças à minha avó. Agora que tenho outra maturidade percebo como, desde sempre, vi a minha avó rodeada de retalhos, linhas, tecidos ou agulhas. Reconheço agora, que apesar de ter sido costureira de profissão, sempre foi, na verdade, uma artista de corpo e alma.
Para ela, a vida não se mede pelos anos que passam, mas pelas colchas que fez e pelos retalhos que continua a colecionar. Com ela, aprendi isso mesmo. Não se trata de acumular anos, mas sim de criar, sem nunca parar: seja uma obra, uma experiência ou uma fotografia. Porque afinal, a criatividade e o amor são aquilo que nos caracterizam enquanto humanos; e esta será, certamente, a lição mais valiosa ela me ensinou.