19/09/2024

Alzheimer: Compreender a doença e o seu impacto na sociedade

Alzheimer: Entendiendo la enfermedad y su impacto en la sociedad

A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos, embora também se possa manifestar em idades mais jovens. É a causa mais comum de demência e, infelizmente, não tem cura. No entanto, um diagnóstico precoce e cuidados adequados podem melhorar a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias.

Neste artigo, abordaremos os aspetos mais relevantes da doença de Alzheimer, desde os seus sintomas iniciais até à sua progressão, à forma como afeta o cérebro e às estratégias para lidar com ela. Além disso, convidamo-lo a conhecer o nosso recurso especializado, o Dicionário de Alzheimer, uma ferramenta única que o ajudará a compreender melhor os principais termos e conceitos relacionados com esta doença.

 

O que é a doença de Alzheimer?


A doença de Alzheimer é uma doença progressiva que afeta a memória, o pensamento e o comportamento. Inicialmente, os sintomas podem ser ligeiros, como pequenos esquecimentos, mas com o tempo vão-se a intensificar, até a pessoa perder a capacidade de realizar tarefas quotidianas. A nível biológico, está associada à acumulação de placas beta-amilóides e emaranhados de proteína tau no cérebro, o que leva à morte de neurónios e à atrofia cerebral.

A ciência ainda não compreende totalmente o que causa esta acumulação de proteínas, mas acredita-se que fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida possam desempenhar um papel.

 

Sintomas da doença de Alzheimer

Os sintomas da doença de Alzheimer variam consoante a fase da doença, e conhecê-los pode ajudar a identificar a doença nas suas fases iniciais.

  • Fase inicial:
    • Dificuldade em lembrar informações recentes.
    • Pequenos erros nas tarefas quotidianas.
    • Desorientação em locais familiares.
    • Dificuldade em encontrar palavras.
  • Fase intermédia:
    • Aumento da confusão e desorientação.
    • Dificuldade em reconhecer amigos e familiares.
    • Perturbações do sono.
    • Mudanças de personalidade e comportamentos repetitivos.
  • Fase avançada:
    • Perda grave de memória e de reconhecimento.
    • Dificuldade em comunicar.
    • Dependência total para as atividades diárias.
    • Problemas de mobilidade e, em fases mais avançadas, dificuldade em engolir.
       

Fatores de risco e prevenção
Embora não se conheça uma causa específica para a doença de Alzheimer, alguns fatores aumentam o risco de desenvolver a doença:

  • Idade: O principal fator de risco é o envelhecimento.
  • Genética: As pessoas com antecedentes familiares de Alzheimer são mais suscetíveis de desenvolver a doença.
  • Estilo de vida: hábitos como o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e a tensão arterial elevada podem aumentar o risco.
  • Saúde cardiovascular: Existe uma ligação entre a saúde do coração e a do cérebro. As doenças cardiovasculares podem aumentar a probabilidade de demência.


Para reduzir o risco, recomenda-se levar uma vida ativa, manter uma dieta equilibrada, controlar o stress, evitar o álcool e o tabaco e exercitar a mente através de atividades cognitivas, como ler ou jogar jogos de tabuleiro.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico precoce é essencial para gerir eficazmente a doença de Alzheimer. Estão disponíveis vários testes cognitivos, neurológicos e de imagiologia cerebral para ajudar os médicos a identificar a doença.

Embora não exista cura para a doença de Alzheimer, alguns medicamentos podem aliviar alguns dos seus sintomas, como a confusão e os problemas de memória. Além disso, as terapias não medicamentosas, como a musicoterapia ou a estimulação cognitiva, podem melhorar o bem-estar emocional e mental dos doentes.

A importância dos cuidados e do apoio da família
Cuidar de uma pessoa com doença de Alzheimer é uma tarefa difícil e emocionalmente exigente. Os membros da família e os prestadores de cuidados precisam de compreender a doença e aprender estratégias para prestar cuidados adequados. A paciência, a empatia e o conhecimento são fundamentais para lidar com o dia a dia de uma pessoa com doença de Alzheimer.

Neste sentido, dispor de recursos fiáveis e acessíveis é fundamental. É por isso que, no CENIE, desenvolvemos o Dicionário de Alzheimer, um recurso destinado às famílias e aos prestadores de cuidados. Este dicionário, elaborado por uma equipa de especialistas, explica termos complexos de uma forma clara e simples, ajudando a desmistificar conceitos médicos e a melhorar a comunicação com os profissionais de saúde.

Estratégias para lidar com a doença
Seguem-se algumas recomendações para lidar com a doença de Alzheimer de forma mais eficaz:

  • Planear com antecedência: À medida que a doença progride, terão de ser tomadas decisões importantes sobre os cuidados a prestar ao doente. A preparação de um plano pode evitar stress e conflitos futuros.
  • Criar um ambiente seguro: As pessoas com Alzheimer são mais propensas a acidentes, pelo que é vital adaptar a casa para reduzir os riscos.
  • Incentivar a autonomia: Mesmo em fases avançadas, é importante que o doente se sinta útil e tenha algum controlo sobre a sua vida.
  • Procurar apoio emocional: Tanto os prestadores de cuidados como os doentes podem beneficiar de terapia psicológica ou de grupos de apoio.


Impacto social da doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer afeta não só os doentes, mas também as suas famílias e a sociedade em geral. Estima-se que mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com alguma forma de demência, e este número continuará a crescer à medida que a esperança de vida aumenta.

Os custos financeiros e emocionais são enormes. As famílias suportam frequentemente o ónus dos cuidados, que podem durar anos e ter um impacto profundo no seu bem-estar emocional e financeiro. Além disso, o envelhecimento da população mundial representa um desafio para os sistemas de saúde, que têm de se adaptar para fornecer os recursos necessários ao número crescente de pessoas afetadas.

Avanços na investigação
A investigação sobre a doença de Alzheimer está a avançar rapidamente. Os cientistas estão a explorar novas formas de diagnóstico precoce, como a utilização de biomarcadores no sangue, e estão a investigar possíveis tratamentos, incluindo medicamentos que podem atrasar a progressão da doença.

Recentemente, tem sido dada muita atenção à ideia de que o estilo de vida e certos fatores de risco modificáveis podem desempenhar um papel importante na prevenção da doença de Alzheimer. Isto abre novas possibilidades para as pessoas adotarem mudanças que, a longo prazo, podem reduzir o risco de desenvolver a doença.


A doença de Alzheimer é uma doença devastadora, tanto para quem a sofre como para os seus familiares. Embora não exista cura, a compreensão da doença e a utilização de recursos como o nosso Dicionário de Alzheimer podem fazer a diferença na vida quotidiana dos doentes e dos prestadores de cuidados. A educação, o apoio emocional e o planeamento adequado são essenciais para lidar com esta dura realidade.

No CENIE, estamos empenhados em aumentar a consciencialização e criar ferramentas que facilitem a vida de quem enfrenta esta doença. Convidamo-lo a explorar os nossos recursos e a continuar a aprender sobre a doença de Alzheimer para estar melhor preparado para os seus desafios.