O que não cabe em palavras, cabe em cores

Genie Espinosa junta-se ao CENIE: ilustrar a longevidade através da criatividade contemporânea

Centro Internacional sobre o Envelhecimento (CENIE) continua a apostar em alargar o olhar com que abordamos a mudança demográfica e cultural do nosso tempo. Não se trata apenas de investigar e gerar conhecimento científico: é também essencial encontrar linguagens que conectem com a sociedade, que traduzam conceitos complexos em imagens capazes de emocionar e despertar reflexão. Neste contexto nasce a colaboração com Genie Espinosa, ilustradora reconhecida pelo seu estilo vibrante, expressivo e absolutamente pessoal, que a partir de agora oferecerá semanalmente a sua visão gráfica sobre os temas abordados na Diário de bordo do CENIE.

Genie Espinosa desenvolveu um trabalho que oscila entre a ilustração editorial, a banda desenhada e a experimentação artística, com colaborações em meios internacionais e projetos que combinam narrativa visual com compromisso social. O seu traço enérgico e a sua paleta cromática ousada não se limitam a embelezar o conteúdo: expandem-no, reinterpretam-no e acrescentam-lhe uma nova camada de significado. Precisamente o que o CENIE procura nesta fase: ampliar as formas de contar a longevidade para que cada publicação seja também um convite estético e emocional. Nas palavras da própria artista: «Ilustrar para o CENIE tem um componente novo para mim porque poderei, além de acompanhar artigos informativos, ler, informar-me e aprender sobre vidas longevas e saúde. Um tema que me parece super interessante e que precisa de mais visibilidade, já que parece que só nos informamos quando estamos numa situação próxima, pessoal ou familiar. Fico particularmente feliz por aprender sobre isto neste momento da minha vida».

Todas as semanas, sobre o mesmo tema que inspira os artigos da Bitácora do CENIE, Genie proporá uma ilustração própria, que não funcionará como mero acompanhamento, mas sim como um olhar autónomo e complementar. Uma leitura artística que, através da linguagem visual, dialogará com a reflexão escrita e trará novas chaves de interpretação. Além disso, a esta cadência semanal junta-se uma peça mensal dedicada à “notícia central”, concebida como síntese gráfica dos assuntos mais relevantes tratados pelo CENIE, um ícone visual capaz de reforçar a memória coletiva de quem nos lê.

Com esta colaboração, o CENIE consolida uma linha de trabalho que entende a longevidade como um fenómeno cultural, social e criativo. Se os nossos estudos científicos nos permitem compreender os processos biológicos, económicos e sociais, a contribuição de Genie Espinosa lembra-nos que também precisamos de símbolos e narrativas visuais para partilhar com a cidadania o sentido profundo do que está a acontecer.

Em suma, trata-se de abrir um espaço de encontro entre investigação e criação artística. Porque as sociedades longevas não se descrevem apenas com dados: também se desenham, imaginam e celebram. E para isso, poucos olhares são tão potentes, contemporâneos e livres como o de Genie Espinosa.

Genie Espinosa

Ilustradora, autora de banda desenhada e muralista de Barcelona.

Saltando entre o digital puro e o pincel, trabalha tanto para publicações editoriais (Das Magazine, Die Zeit, Time Out, Diari Ara, Vice, Wired, Refinery29...) como para diferentes clientes como Apple, Sony, Nike, Spotify, Wetransfer e Klarna, entre outros.

O seu estilo caracteriza-se por uma paleta de cores forte, perspectivas exageradas e personagens não normativos, excessivamente grandes, que não pedem desculpa pelo espaço que ocupam no seu trabalho. As suas ilustrações, de aparência gentil e amável, têm por vezes um fundo sombrio e quase sempre uma dupla leitura.

Entre os seus últimos trabalhos destaca-se a capa do single MAFIOSA da cantora Nathy Peluso e o lançamento da sua primeira novela gráfica HOOPS (Sapristi, março de 2021), onde num futuro (dis/u)-tópico, três amigas dos subúrbios caem acidentalmente num buraco interdimensional do qual não poderão sair sem antes descobrir os segredos desse novo lugar e enfrentar os seus próprios monstros.

Esta novela gráfica valeu-lhe o Prémio Miguel Gallardo como AUTORA REVELAÇÃO do 40.º SALON DEL COMICBCN e o Prémio ÓJO CRÍTICO da RNE de banda desenhada 2021.

Coordena os fanzines RARAS (2019) e MUY RARAS (2020), onde autopublica uma seleção de autoras, ilustradoras e escritoras, procurando exaltar o talento feminino multidisciplinar (lista dos melhores comics de 2020 segundo The Comics Journal).