Economia da Longevidade: redesenhando o futuro económico
A longevidade está a transformar silenciosamente os alicerces da nossa economia. Não se trata de uma questão marginal ou meramente demográfica: é uma nova realidade estrutural que redefine o consumo, o emprego, o investimento, o design de produtos, os modelos de negócio, a despesa pública e as prioridades do desenvolvimento.
A Economia da Longevidade não é apenas o conjunto de bens e serviços dirigidos às pessoas mais velhas. É, sobretudo, uma visão transformadora que reconhece o valor de uma sociedade onde viver mais tempo não significa depender mais, mas participar mais. Trata-se de um campo emergente, transversal e de alto impacto, que abrange desde a tecnologia assistiva ao urbanismo, da inovação nos cuidados às novas políticas laborais, da saúde preventiva à educação financeira.
Este novo paradigma obriga a repensar os pilares tradicionais da economia:
- Como garantir que uma vida mais longa seja também financeiramente sustentável?
- Como promover o emprego sénior e a aprendizagem ao longo da vida?
- Como fomentar ambientes inclusivos, intergeracionais e acessíveis para todas as idades?
- Como integrar a longevidade nas estratégias de crescimento, coesão social e inovação?
Em países como Espanha e Portugal — com elevadas taxas de esperança de vida e com um peso crescente do turismo, dos serviços pessoais e do capital relacional — a Economia da Longevidade não é apenas uma oportunidade: é uma necessidade estratégica. Torná-la num motor de desenvolvimento significa antecipar o que está para vir e liderar a transformação com inteligência e humanidade.
Um dos desafios centrais é garantir o bem-estar financeiro ao longo do ciclo de vida. Para isso, é necessário muito mais do que uma literacia pontual: é indispensável uma formação financeira estrutural, adaptada a cada etapa da vida, que permita tomar decisões informadas, prevenir a vulnerabilidade económica e reforçar a autonomia. A educação financeira não é apenas técnica; é também uma ferramenta de equidade.
A Economia da Longevidade não se limita a adaptar-se à mudança. Trata-se de desenhá-la. E de o fazer com visão intergeracional, rigor científico e sentido coletivo de futuro.
Nos subtemas desta secção encontrará investigações, propostas, abordagens comparadas e vozes especializadas que o(a) ajudarão a compreender melhor um dos grandes vetores económicos do século XXI. Porque pensar a longevidade é, também, pensar o futuro das nossas economias.