Espanha a caminho da liderança mundial em longevidade
A esperança de vida em Espanha é superior a 80 anos para ambos os sexos e espera-se que continue a crescer nas próximas décadas para ultrapassar o Japão e a Suíça, actuais líderes mundiais em longevidade.
"Como em Espanha, em lado nenhum". Esta frase não é um provérbio ou um slogan publicitário, mas algo que muitos espanhóis (e estrangeiros) dizem frequentemente para gabar-se do seu país. Não é por acaso: a qualidade de vida de Espanha é difícil de ser alcançada por outras nações, algo que já está a afetar a esperança de vida no país.
Atualmente, as mulheres espanholas têm uma esperança de vida ao nascer de 85,7 anos. A esperança de vida dos homens é de 80,4 anos. Num século dobrou. E embora seja difícil duplicar novamente nos próximos 100 anos, dado o aparente limite intrínseco do ser humano - colocado por alguns especialistas em torno aos 120 anos - continuará a crescer até que se torne o país mais longevo do mundo na década de 2050, segundo as previsões que estão a ser consideradas atualmente.
Esperança de vida em Espanha
Estes e outros dados sobre a esperança de vida em Espanha são apresentados num relatório do CSIC que sublinha, por exemplo, que só a França ultrapassa o país ibérico com uma esperança de vida adicional de 65 anos: pouco mais de 19 anos para os homens e 23 anos para as mulheres. É por isso que cada vez mais vozes encorajam o chamado "envelhecimento activo", que procura dotar de uma nova juventude a uma fase da vida em que cada vez mais pessoas gozam de bem-estar físico e mental, juntamente com a paz de espírito que acompanha a saída do trabalho e a possibilidade de desfrutar do seu tempo e da sua família.
No entanto, esta esperança de vida adicional nem sempre está isenta de problemas de saúde. De acordo com os dados tratados no relatório do CSIC, 53,7% do tempo de vida dos homens com mais de 65 anos será de boa saúde, contra 44% das mulheres. Tudo isto apesar da maior longevidade das mulheres acima mencionada.
Problemas de saúde mais frequentes na velhice
Os problemas de saúde mais comuns entre os idosos em Espanha variam consoante o sexo. Enquanto as mulheres sofrem mais de osteoartrite e depressão, os homens sofrem de bronquite crónica e doença pulmonar obstrutiva crónica, ambas estreitamente relacionadas ao uso de tabaco ao longo da vida, algo de que as mulheres se têm livrado até agora, quando o número de fumadoras tem aumentado ao longo dos anos (o que levará muitas mulheres a sofrer essas mesmas doenças como os homens no futuro).
Além disso, 22,8% das pessoas idosas em Espanha têm diabetes, com uma proporção semelhante entre homens e mulheres - com apenas 5 pontos de diferença. Outros 22,2% dos idosos sofrem de obesidade. 41,5% têm excesso de peso. O fenómeno é comum a quase todas as faixas etárias em Espanha, com um mínimo de cerca de 10% entre os mais jovens. O problema está mais relacionado com uma dieta inadequada e baixo nível de exercício físico do que com a idade, embora com o passar dos anos existam vários fatores, alguns deles citados no relatório (como genética, história familiar ou problemas de saúde), que aumentam esse percentual.
Apesar disso, os idosos têm uma boa percepção do seu estado geral de saúde. Assim, 45,4% dos idosos percebem a sua saúde como boa ou muito boa, embora entre os menores de 65 anos o percentual de pessoas que definem o seu estado dessa forma ultrapasse 80%. À medida que se avança nas faixas etárias, a avaliação da própria saúde é mais negativa, segundo o relatório.