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24/10/2025
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Isabel Muñoz: a emoção como verdade

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Júri da VI edição do Concurso de Fotografia do CENIE

Há olhares que não apenas observam: revelam. O de Isabel Muñoz pertence a essa categoria de artistas que fizeram da câmara um instrumento de conhecimento, de empatia e de transformação. A sua obra é uma exploração incessante do que nos torna humanos — o corpo, a emoção, a fragilidade e a força —, uma busca que atravessa culturas, geografias e gerações.
 

 

Prémio Nacional de Fotografia em 2016, Medalha de Ouro ao Mérito nas Belas-Artes e membro da Real Academia de Belas-Artes de San Fernando, Isabel Muñoz percorreu o mundo durante mais de quatro décadas com uma sensibilidade única para captar o sentimento no seu estado mais puro. Das prisões aos templos, das tribos africanas ao movimento dos bailarinos, a sua obra combina uma estética poderosa com um profundo sentido de dignidade humana.
 

 

Nas suas séries icónicas — A Antropologia dos Sentimentos, Mulheres do Congo, Água ou Infância —, o corpo converte-se em território de memória, resistência e beleza. Cada fotografia é uma declaração: somos seres de emoção, carne e espírito. As suas imagens, impressas em platina, parecem respirar; nelas, a pele e a luz dialogam com a alma.
 

A sua trajectória foi reconhecida internacionalmente com galardões como o World Press Photo (1999 e 2004), o Prémio Bartolomé Ros, o Prémio UNICEF para a sensibilização social e o Prémio da Comunidade de Madrid. As suas obras fazem parte de colecções tão relevantes como o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, a Maison Européenne de la Photographie em Paris ou o Museum of Contemporary Art de Nova Iorque.

 

Hoje, Isabel Muñoz mergulha numa nova investigação sobre as origens do ser humano através da arte rupestre paleolítica da Cantábria. Uma viagem até ao princípio das emoções, onde a imagem nasce como gesto ancestral e necessidade de transcendência.
 

 

A arte de olhar o essencial

 

O universo visual de Isabel Muñoz não distingue idades nem geografias: em todas as peles encontra uma história, uma verdade. Por isso, a sua presença no júri da VI edição do Concurso de Fotografia “A idade não nos define. O olhar sim”, do CENIE, é um convite para olhar de outra forma.

 

Num tempo que confunde juventude com valor e velocidade com vida, a sua fotografia recorda-nos que cada ruga, cada gesto, cada olhar é uma marca de existência. A longevidade, tal como ela a capta, não é apenas tempo: é experiência, desejo, resistência e beleza.

 

O concurso do CENIE partilha essa mesma convicção: a idade não limita o olhar, amplia-o. Cada participante, através da sua lente e da sua história, pode contribuir para construir uma nova narrativa visual sobre o que significa viver mais e melhor.

 

Contar com Isabel Muñoz no júri é uma garantia de excelência, mas sobretudo uma declaração de princípios: a longevidade também é arte, emoção e sentido.

 

Um convite à participação

 

O prazo para apresentar fotografias termina a 30 de novembro. Participar é uma forma de fazer parte de uma conversa colectiva sobre a passagem do tempo, a diversidade e a beleza das vidas longas. A presença de Isabel Muñoz, juntamente com um júri de primeiro nível internacional, garante uma avaliação rigorosa, sensível e aberta a todos os olhares.

 

Porque, como a sua obra demonstra, a câmara não distingue idades — distingue verdades.
“Fotografar é amar. É aproximar-te da pele do outro até sentires a sua alma”, disse uma vez Isabel Muñoz. Essa frase poderia resumir o espírito deste concurso: aproximar-nos, compreendermo-nos, celebrarmo-nos.
A arte, tal como a longevidade, é uma viagem partilhada.
 

 

Descubra mais sobre Isabel Muñoz e a sua obra aqui.

 

Para participar no concurso de fotografia basta clicar no seguinte link.