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21/11/2025
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José Luis Amores: a arte de fazer com que os olhares se encontrem

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Júri da VI edição do Concurso de Fotografia do CENIE

 

Há figuras que não apenas participam na história da fotografia: tornam-na possível.

 

José Luis Amores pertence a essa geração de visionários que construíram, a partir da gestão cultural, os espaços onde as imagens respiram. O seu nome está ligado à criação da EFTI – Centro Internacional de Fotografia e Cinema, que fundou em 1986 e dirigiu durante quase quatro décadas, convertendo-o num dos centros de referência da fotografia contemporânea em Espanha e na Europa.

 

A partir dessa plataforma — um laboratório de talento, pensamento e criação visual —, Amores impulsionou gerações inteiras de fotógrafos, curadores e artistas visuais. O seu legado não se mede apenas em exposições, mas também em encontros, projectos e carreiras que encontraram na EFTI o ponto de partida de uma vida dedicada à imagem.

 

Um impulsionador da cultura visual

 

Gestor cultural, curador e editor, José Luis Amores esteve por detrás de mais de 300 exposições fotográficas, muitas delas decisivas no panorama espanhol e internacional. Sob a sua direcção, a EFTI e a Eufoto — o seu actual âmbito de trabalho na área da educação e cultura — apresentaram obras de autores como Sebastião Salgado, Paolo Pellegrin, Alberto García-Alix, Robert Doisneau, Steve McCurry, Isabel Muñoz, Gervasio Sánchez, Julia Margaret Cameron, Ouka Leele ou Chema Madoz, entre muitos outros.

 

Cada exposição foi uma forma de tecer comunidade. De abrir janelas para mundos distintos. De demonstrar que a fotografia, mais do que uma arte, é uma conversa entre quem olha e quem é olhado.

 

Além do seu trabalho expositivo, Amores fez parte de júris, festivais e bolsas em mais de cinquenta convocatórias: desde o Ministério da Defesa ao Ministério da Cultura, a FNAC, o Museu Nacional de Antropologia, o Festival PhotoEspaña, a Fundação Biodiversidade, a Aliança Francesa, o Seminário de Fotografia de Albarracín ou o próprio Concurso de Fotografia do CENIE, entre muitos outros.

 

A sua presença em cada uma dessas iniciativas garante um olhar experiente, capaz de reconhecer não apenas a técnica ou a composição, mas a intenção: aquilo que uma imagem quer dizer — e o que consegue comover.
O compromisso de uma vida dedicada à fotografia

 

José Luis Amores não é um fotógrafo que se exprima com a câmara, mas sim com a gestão, a pedagogia e a criação de contextos. A sua arte consiste em fazer com que os olhares se encontrem. Em ligar os grandes nomes da fotografia ao público, e os novos talentos à oportunidade de crescer.

 

Sob a sua direcção, a EFTI converteu-se num referente internacional de aprendizagem e experimentação visual. Ali formaram-se fotógrafos que hoje expõem nos principais museus do mundo, demonstrando que a educação artística, quando assente na excelência e na curiosidade, pode transformar vidas.

 

A sua participação como júri na VI edição do Concurso de Fotografia do CENIE representa a consolidação de uma longa relação com este certame. Mas também um gesto de coerência: o de quem sempre defendeu a fotografia como uma linguagem plural, livre e profundamente humana.

 

A fotografia como espaço de encontro

 

No contexto desta edição — sob o lema A idade não nos define. O olhar sim. —, a figura de Amores acrescenta uma dimensão essencial: a de quem dedicou a sua vida a facilitar o encontro entre gerações, estilos e sensibilidades.

 

A sua visão coincide com o espírito do concurso: a ideia de que a fotografia não é uma questão de idade, mas de olhar. Que a experiência e a juventude, o instinto e a memória, podem dialogar em igualdade quando partilham o mesmo desejo de compreender o mundo.

 

Um convite à participação

 

O prazo para apresentar fotografias termina a 30 de novembro. Participar é uma forma de se juntar a uma comunidade criativa que há décadas constrói cultura visual em torno da fotografia.

 

A presença de José Luis Amores no júri garante a continuidade desse compromisso com a qualidade, a diversidade e a descoberta de novas vozes. Porque, como demonstra a sua trajectória, cada imagem tem um destino: ser olhada, partilhada e recordada.

 

O júri do CENIE — formado por grandes referências internacionais da fotografia, da gestão cultural e da arte contemporânea — avaliará as obras com a sensibilidade e a exigência que caracterizam um concurso que une talento, pensamento e emoção.

 

 

Para participar no concurso de fotografia clique no link