17/01/2020

Rumo à vida eterna

Hacia la vida eterna - Sociedad, envejecimiento

Num futuro não muito distante, chegar e exceder os 100 anos de idade será a norma. O aumento da longevidade tem sido extraordinário nas últimas décadas. Mais da metade das crianças nascidas hoje em Espanha serão centenárias e a metade das crianças na casa dos quarenta anos chegará aos 95. A queda da mortalidade infantil e os avanços médicos são algumas das razões do envelhecimento da população, um fator que provocará mudanças radicais no nosso modo de vida e na forma como nos relacionamos uns com os outros.

Como Lynda Gratton e Andrew Scott, professores da London Business School, já anunciaram, em 2110 a maioria das crianças que hoje têm dez anos de idade ainda estarão vivas. A esperança de vida tem aumentado constantemente nos últimos 200 anos a uma taxa de 2 anos por década. Este fato levanta uma questão: o ser humano poderá aproveitar esta oportunidade a seu favor ou causará basicamente efeitos negativos, especialmente económicos, devido ao envelhecimento da população nos países desenvolvidos?

As mudanças serão dramáticas. Nascerão novos negócios e novos empregos associados. As cidades serão diferentes. Os países terão de mudar a organização das suas finanças. As pessoas vão ser jovens por mais tempo. E as relações intergeracionais de todos os tipos (trabalho, amigável, sentimental, desportivo...) serão a norma. O mundo dos Seguros será um dos mais afetados, já que tanto as apólices vinculadas a produtos de renda e investimento, como as de saúde e Dependência, entre outras, assumirão um papel maior nos próximos anos.

Neste contexto, Espanha será uma referência porque, em apenas vinte anos, de acordo com as conclusões do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde, tornar-se-á o país com a maior esperança de vida do mundo, ultrapassando o Japão. De acordo com o estudo do Instituto, em 2040 os espanhóis terão uma esperança de vida de 85,8 anos. Japão, Singapura e Suíça virão a seguir. É surpreendente que as previsões indiquem que os Estados Unidos irão ocupar a posição 64 com 79,8 anos de esperança de vida.

O aumento do número de anos de vida também significa que teremos de mudar a nossa ideia de quando chegará a velhice. Se a maioria da população tem mais de 100 anos, é evidente que não poderemos considerar, por exemplo, aqueles com mais de 60 anos de idade que deverão viver por quase meio século. 

Fonte: La Vanguardia