Sétimo webinar - “Exposição "INVESTIGAÇÃO E LONGEVIDADE: à procura de respostas positivas para vidas longevas".”

Prevenir o tédio em pessoas idosas institucionalizadas

Um dos principais objetivos da sociedade civil é assegurar o bem-estar físico e mental das pessoas mais velhas. Os investigadores têm demonstrado que o tédio é um dos maiores problemas da velhice, especialmente para aqueles que vivem em instituições. O seu sofrimento contínuo causa problemas físicos e mentais. Embora muitas instituições estejam a implementar modelos de prevenção centrados no indivíduo capazes de combater este factor de risco em todo o mundo, incluindo alguns países europeus, em Espanha não estamos sequer a ter este fenómeno em conta. A proposta de cartaz/comunicação anexa a este e-mail, intitulada "Prevenção do tédio nos idosos institucionalizados", visa divulgar um projeto em desenvolvimento no qual estou atualmente a trabalhar e ao qual dedicarei os próximos anos, acolhido por instituições como a Universidade Complutense de Madrid, a organização The Eden Alternative Spain e a International Society for Boredom Studies, que consiste em 1) dar visibilidade ao problema da escassez de investigação em Espanha em torno do problema comprovado do tédio nos idosos que vivem em instituições, 2) realizar o primeiro estudo de investigação básica no nosso país para analisar a relevância deste problema nas nossas instituições, 3) aprender a filosofia e exportar parte da experiência de iniciativas como a The Eden Alternative no campo da prevenção do tédio nos idosos institucionalizados e, finalmente, 4) criar um modelo de prevenção primária do tédio nas instituições para os idosos adaptando algumas das abordagens da The Eden Alternative às necessidades e recursos de Espanha.

Panelista

Josefa Ros Velasco

Investigadora de pós-doutoramento na Universidade Complutense de Madrid, onde dirige, a partir de Outubro de 2021, o projeto "Pre-bored. Well-being and prevention of boredom in Spanish nursing homes", financiado pelo programa europeu UNA4CAREER (Marie Sklodowska-Curie Actions/UCM), que visa compreender as causas e consequências da experiência do tédio nos lares de idosos públicos da Comunidade de Madrid e propor soluções coerentes com as necessidades das pessoas idosas e os recursos das instituições. Anteriormente, foi investigadora de pós-doutoramento no programa de Bolsas de Investigação de Pós-doutoramento na Research Fellowships at Harvard University for Distinguished Junior Scholars (de Setembro de 2017 a Agosto de 2021). É especialista em Estudos do Tédio de uma perspetiva multidisciplinar. É também a fundadora e presidente da International Society of Boredom Studies. É autora do livro Suicide in modern literature (Springer, 2021), The faces of depression in literature (Peter Lang, 2020), The culture of boredom (BRILL, 2020) o Boredom is in your mind (Springer, 2019). É também colaboradora do blog "Envelhecer em sociedade" do CENIE, onde publica artigos populares sobre a questão do tédio nos idosos. Pelos seus feitos académicos recebeu distinções como o Prémio de Investigação Alumni-UCM (2021), o Prémio Julián Marías para Investigadores em Humanidades e Ciências Sociais com excelentes carreiras com menos de 40 anos da Comunidade de Madrid (2020) ou o Lincoln Book Prize for Excellence in Teaching and Service da Universidade de Harvard (2019).

"A fragilidade nos idosos levanta questões complexas ao nível dos cuidados de saúde e cuidados sociais"

Objetivos: Apresentar o projeto de investigação: Fragilidade e Cuidados em Fim de Vida  (Prevalência da Fragilidade e Agressividade dos Cuidados em Fim de Vida nos idosos admitidos  num serviço de urgência) 

Material e métodos: Estudo unicêntrico, iniciado em março de 2021 e términus previsto para  dezembro 2022, que compreenderá 3 fases sucessivas: 1º fase - (fase atual) recolha de dados  de todos os episódios de utilização do Serviço de Urgência da Unidade Local de Saúde de Castelo  Branco, no ano de 2019, por indivíduos com 65 e mais anos (cerca de 24 mil); 2ª fase  Classificação dos utentes, em grupos de fragilidade segundo a Escala Clinica de Rockwood e  comparações entre resultados extraídos e grupos formados; 3ª fase - Nos grupos classificados  em Fragilidade Moderada; Fragilidade Severa; Fragilidade muito Severa e Fragilidade Terminal,  em que se verifique o óbito até 1 ano do episódio de urgência serão descritos critérios de  agressividade de cuidados nos últimos 30 dias antes do óbito. 

Resultados: No momento da realização deste poster estamos na fase 1, com cerca de 2000  episódios recolhidos. Pretendemos conseguir reunir evidência que mostre o cenário real e  extensão do problema. 

Conclusões: Os idosos frágeis são os que mais necessitam de cuidados sociais e de saúde, e, por  essa razão, o diagnóstico de fragilidade pode ser utilizado como um potencial organizador de  cuidados. Que este trabalho de investigação possa ser um contributo para o conhecimento da  realidade.

Panelista

Ângela Simões

Doutoramento em Enfermagem pela Universidade de Lisboa. Professora visitante na Escola de Saúde Dr. Lopes Dias, Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Enfermeira Especialista da Equipa de Apoio Hospitalar e Cuidados Paliativos da Unidade de Saúde de Castelo Branco. Investigadora integrada na Unidade Interdisciplinar de Investigação - Comunidades Funcionais do Envelhecimento (Age.Comm) do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

A Dra. Ângela Simões é uma especialista em cuidados paliativos e crónicos de enfermagem. Tem um mestrado em tratamento de apoio e cuidados paliativos para doentes com cancro da Universidade de Salamanca.

Como resultado da sua formação e das funções que desempenha, em 2017 desenvolveu a tese "A Promoção e Preservação da Dignidade no contexto dos cuidados em Casas de Enfermagem". Este trabalho de investigação foi publicado em várias revistas científicas e editado como livro em 2019, considerado leitura obrigatória para todos os envolvidos na prestação de cuidados a idosos. Vencedor dos prémios "Nunes Correia Verdades de Farias", 2020, área B - Progresso em Medicina na sua aplicação aos idosos, atribuído pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Nos últimos anos, tem dedicado a sua investigação a questões relacionadas com a promoção da dignidade nos cuidados aos idosos, incluindo o estudo da fragilidade e dos cuidados em fim de vida. Actualmente com o projecto "Prevalência de fragilidade e agressividade dos cuidados de fim de vida em pessoas idosas admitidas num departamento de emergência", recebeu a Bolsa de Investigação Isabel Correia Levy, edição 2020, da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos.

Investigação e intervenção na deteção precoce do declínio cognitivo

Objetivos: O objetivo do Projeto Edades é obter índices de diagnóstico específicos do ICM e a deteção precoce das fases iniciais da doença de Alzheimer. Isto será feito utilizando um desenho de investigação quase-experimental, transversal e longitudinal (de acordo com as hipóteses), com medidas repetidas e controlo de variáveis tais como reserva cognitiva, estado emocional, biomarcadores e outras variáveis influentes. 

Material e métodos: Serão utilizados critérios de conveção profissional e científica para a classificação do ICM e da doença de Alzheimer. Será realizada uma avaliação neuropsicológica através de protocolos com testes validados. Serão recolhidas informações sobre a história e as variáveis que influenciam a deterioração e a possibilidade de biomarcadores. Isto fornecerá uma avaliação de base/diagnóstico, um protocolo de acompanhamento a cada 4/6 meses e uma avaliação final ao longo de 4 anos. A aleatorização a grupos será levada a cabo. 

Resultados: Atualmente, o projeto tem 153 candidaturas, das quais foram realizadas 106 avaliações (29 homens e 77 mulheres), com uma idade média de 69,8 anos (intervalo: 53 a 91 anos).  Vinte utilizadores estão envolvidos na intervenção. Nos descritivos das medidas realizadas encontramos uma média de 23,67 no MMSE, uma média de 8,48 no ADAS-Cog e 96,6% dos utilizadores que têm um CDR com 1 ou menos; sendo a modalidade 0,5 (DCL). 

Conclusões: O projeto Idades fornecerá resultados sobre aspetos que influenciam o MCI e a sua conversão em demência no âmbito da sua conceção de investigação translacional.

Panelista 

José Antonio Sánchez Martín

PDI contratado. Investigador do "Projecto Edades" para o Usal.

Mestrado em Gerontologia e Neuropsicologia na Universidade de Salamanca.

Doutorando no Programa de Biociências: Clínica de Biologia e Cancro e Medicina Translacional.

Docente colaborador no Mestrado em cuidados especializados para pessoas e familiares de pessoas com doença de Alzheimer na Universidade de Salamanca e no Mestrado em Psicologia Geral da Saúde na Universidade de Salamanca.

Após a graduação em psicologia e especialização em gerontologia, José Antonio Sánchez está a trabalhar em vários projetos de investigação e intervenção como resultado da colaboração entre a Universidade de Salamanca e instituições públicas. A primeira foi a criação de uma "Unidade de Avaliação e Intervenção em Dependência" (Câmara Municipal de Peñaranda de Bracamonte) e mais tarde no desenvolvimento do "PACID: Programa de activação cognitiva integral em demência" (Centro de Referência Estatal para o cuidado de pessoas com doença de Alzheimer e suas famílias). Juntou-se ao grupo de investigação em neurofisiologia, cognição e comportamento do INCYL (Instituto de Neurociências de Castela e Leão).

Após estas experiências de investigação e intervenção no setor público e o mestrado em neuropsicologia, surge uma iniciativa privada ligada à investigação dos fundos europeus H2020. Trabalha como Director Científico da "AlzhUp", um projecto que visa criar uma aplicação de estimulação cognitiva com um componente científico e aplicado importante.

Desde 2018, pertence ao grupo de investigação neurocientífica do IBSAL (Instituto de Investigação Biomédica de Salamanca). Onde trabalhou como avaliador e coordenador de estudos em vários estudos clínicos sobre demência, depressão e esquizofrenia. Atualmente continua a colaborar na unidade de ensaios clínicos dirigida pelo Dr. Montejo (IP IBSAL e Chefe da Unidade de Psiquiatria Comunitária).

Em Novembro de 2020, inicia um novo desafio no "Projecto Edades". Desenvolve o seu projecto em coerência com a sua linha profissional na investigação translacional, onde o progresso do conhecimento e os resultados da investigação são transferidos para a aplicação dos resultados no domínio da deficiência cognitiva. 

Equipa de investigação - https://proyectoedades.com/ (secção de equipas profissionais).

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