Concurso fotográfico
Alfaiate
Na porta do 6 º andar, uma placa Dourada a dizer Ayres.
Chegou o Sr. Ayres A idade assenta-lhe bem, de gabardine, chapéu de feltro de cor verde, gravata riscada com tons a condizer, um porte intelectual, simpático, amistoso e irreverente.
Entrar num santuário assim é viver dezenas de anos num só dia.
Fatos alinhados, tecidos de diferentes cores, caixas de botões e alfinetes em ambiente senhorial, e a cereja no topo do bolo, a luz natural das janelas com vista privilegiada para a cidade do Porto.
Fotografar e ao mesmo tempo ouvir tesouradas de uma vida cheia de histórias, é, sem dúvida,
Momento único.
Desfolhando folhas vai lendo nomes de antigos clientes “ o Sr. Eng. Duarte Figueiredo já se foi “ dizia com tom na voz, de ter perdido um amigo.
O neto segue-lhe a profissão com grande mestria, “ ele é muito melhor do que eu” diz o Sr. Ayres.
Num tempo onde tudo (quase) é descartável e demasiado competitivo, há quem corte o tecido com a tesoura que pertenceu ao Avó.