20/01/2019

ConTerMa

O envelhecimento da população é um fenómeno que afecta a maioria dos territórios europeus, sendo mais premente em países como Espanha e Portugal e, sobretudo, nas suas zonas fronteiriças que hoje se caracterizam pelo envelhecimento das suas comunidades. Esta tendência explica a crescente procura de serviços de cuidados prolongados, como os Centros de Cuidados de Idosos (Elderly Care Centers- ECC). Além disso, considerando que as pessoas idosas passam uma parte considerável das suas vidas dentro de casa, o seu bem-estar e conforto térmico não podem ser ignorados.

Determinar os parâmetros que influenciam o conforto térmico é relevante tanto para projetar espaços como para garantir o bem-estar e a saúde dos ocupantes dos edifícios. Uma boa concepção e gestão dos edifícios construídos não só proporciona uma sensação térmica confortável para os ocupantes, como também determina a quantidade de energia que os sistemas de arrefecimento e aquecimento do edifício consumirão. No atual contexto de mudança climática e aquecimento global, a inclusão do conceito de conforto térmico adaptativo nos padrões de conforto térmico possibilita a adoção de novas estratégias de eficiência energética e o cumprimento consistente dos requisitos do desenvolvimento sustentável.

Ambas as normas internacionais ISO 7730:2005, ASHRAE Standard 55:2013 e EN 15251:2007 visam especificar as condições de conforto para os ocupantes mais saudáveis dos edifícios. Alguns estudos de campo sugerem que as regulamentações atuais podem não prever adequadamente as respostas térmicas médias para as pessoas idosas, porque as pessoas idosas geralmente têm níveis de atividade mais baixos do que as pessoas de idade adulta, não podem mudar facilmente o seu nível de atividade ou roupas, e têm uma falta de vasoconstrição que pode fazer diminuir a sensação térmica.

O objectivo desta proposta é analisar o conforto térmico das pessoas idosas em Lares de Idosos situados em diferentes zonas climáticas do espaço de cooperação transfronteiriça em Espanha-Portugal e prever quais as condições térmicas aceitáveis ou preferenciais para este grupo de pessoas.

Para o efeito, serão analisados os parâmetros ambientais (temperatura do ar, temperatura média radiante, velocidade e humidade do ar), condições exteriores (temperatura e humidade relativa), actividade física, vestuário e sensação térmica dos residentes de vários lares de idosos situados em climas mediterrâneos e atlânticos.

A aplicação de modelos de conforto adaptativos para pessoas idosas oferece a possibilidade de melhorar a sua qualidade de vida e, ao mesmo tempo, oferece um grande potencial de poupança energética.

O programa coordenado consistirá em dois projectos de investigação:

Projecto 1 - "Análise do conforto térmico em lares de idosos no clima continental mediterrâneo", liderado pela Dra. Nuria Forcada Matheu da Universidade Politécnica da Catalunha.

Projecto 2 - "Análise do conforto térmico em lares de idosos em clima atlântico", cuja investigadora principal é a Dra. Ana Sofia Estevão Mendes do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).