18/05/2018

As três chaves para converter a longevidade num presente para a tua vida

Las tres claves para convertir la longevidad en un regalo para tu vida - Sociedad

Cada vez vamos viver mais anos e a longevidade pode ser um presente ou uma maldição, dependendo do que façamos agora. Pelo menos, esta é a reflexão de dois professores da Escola de Negócios de Londres, Andrew Scott e Lynda Gratton, autores de “A Vida dos Cem Anos”, um trabalho que ganhou o prémio de melhor livro do ano, de acordo com Knowsquare. A proposta é baseada num fato indiscutível. A esperança de vida aumentou, tanto que atualmente uma criança nascida no Ocidente tem mais de 50% de chance de viver até os 105 anos. Este valor era inferior a 1% há apenas um século. Além disso, a incorporação de novas tecnologias aos cuidados de saúde vai ajudar-nos a ter mais anos e até mesmo "curará" o envelhecimento, como afirmam José Luis Cordeiro e David Wood no seu provocante livro Death of Death.

Além de adivinhar quanto tempo viveremos, parece claro que, em termos gerais, superaremos os nossos pais e os nossos filhos a nós. Portanto, se vamos ter mais tempo e melhor saúde, o que podemos fazer para desfrutar de uma vida plena todos os anos que temos pela frente? Andrew Scott e Lynda Gratton sugerem que, independentemente de quantos anos tenhamos, devemos rever a nossa agenda de decisões sobre a vida em três áreas principais:

- Reinventar-nos nas diferentes etapas. A longevidade abre novas fases vitais, como aconteceu no século XX. Até então, não havia adolescência ou reforma. Agora existem outras etapas, como a que se abre dos 18 a 30, caracterizada por não assumir as responsabilidades que os nossos pais assumiram, por exemplo; ou aquelas que são abertas à terceira idade. Não há modelos anteriores, então teremos que nos reinventar com base em duas perguntas: quem sou eu? e como vou viver? Isso significa que não devemos fazer sempre o mesmo, que procuremos fazer coisas diferentes.

- Experimenta. A longevidade vai confrontar-nos com maiores necessidades económicas, o que exigirá melhor planejamento financeiro e maior economia ou investimento. Da mesma forma, se precisarmos de reinventar-nos como pessoas em cada uma das fases, teremos que planejá-las com antecedência. E isso estará relacionado a ousar experimentar, a intrometer-se em outras coisas que deixamos no e queríamos fazer, como ser pintores, cozinheiros, professores ou o que cada um decide.

- Paixão por aprender. O que nos fará sentir vivos será a atitude constante em relação ao aprendizado. Se acreditarmos que as últimas fases de nossas vidas vão acontecer na frente de uma televisão, a longevidade provavelmente será um fardo. Por outro lado, se encorajarmos o nosso desejo de aprender, incentivarmos a criatividade, gostarmos da arte ou nos questionarmos ... podemos treinar uma mente jovem, não importa quantos anos tenhamos. E há muitos exemplos disso, como Peter Drucker, escritor que morreu aos 96 anos tendo também se especializado em assuntos tão diversos como arranjos florais japoneses ou métodos de guerra medieval, entre outros. A sua vontade de aprender permitiu-lhe ser uma mente clara no campo dos negócios e um homem feliz.

Finalmente, viver mais de cem anos pode ser um presente se tomarmos decisões no nosso presente, projetado para dar-nos vontade para nos reinventarmos, para planejar e experiência e para manter viva a paixão pelo aprendizado. Se fizermos tudo isto, provavelmente conseguiremos ter uma vida cheia.

Fonte: El País