Concurso fotográfico

ROSTO QUE O TEMPO AINDA NÃO APAGOU

2025 © joaopedrocanario.lucas

Em cada aldeia, há uma senhora assim. De aspeto modesto, enrugado e simpático. Uma memória viva do nosso país.

Testemunha da evolução dos tempos (para melhor), mas espectadora da vida dos outros.

É um símbolo de resistência e resiliência. Em tão avançada idade, a mendigar à porta de um monumento por doença crónica, mas que mesmo assim sorri para mim - diz que é preciso continuar a sorrir. Um momento emocionante e, ao mesmo tempo, revoltante. Ofereci-lhe um valor.

Rosto de uma geração tantas vezes esquecida e abandonada num Portugal de Turistas onde ela faz parte do cenário.

E eu, na verdade, olhei para ela com encantamento e distanciamento confortável de quem nunca viveu a sua vida. Que alegria esta tão grande tristeza…

3 de julho de 2025, Nazaré, Portugal

solidão
pobreza
tristeza
resistencia
velhice

joaopedrocanario.lucas

Nazaré
Portugal